quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Muito além do céu




Discorrer sobre a direito à comunicação não é tarefa lá das mais fáceis. Além de ser muito amplo, o tema em questão extrapola o simples ato passivo de receber informações através de uma mídia global, passando a ser um Direito Humano; direito esse de cidadãos universais de voz e participação efetivas.

Num primeiro princípio, se é que posso dizer pouco mais superficial e básico, o direito à comunicação deve assegurar no mínimo a recepção das informações correntes pelos indivíduos de uma sociedade estruturada. É deixá-lo ciente dos fatos que ocorrem ao seu redor e que podem afetar direta ou indiretamente seu cotidiano. Em termos práticos é garantir que ele receba os sinais de televisão, rádio, internet e tantos outros. E mesmo só atados nessa questão, podemos ir ainda mais longe: garantir o acesso não é apenas ter garantia de alcance do sinal. Num país de pobres, como o Brasil, o acesso à parafernália tecnológica é exclusivo. Se na maioria dos lares falta o básico – também garantido nos Direitos Humanos – de onde sairão os recursos para a aquisição de tais aparelhos?

Se aprofundarmos ainda mais, cairemos em outra questão ainda mais preocupante, digamos. Mais grave que não receber informações é não poder se expressar, creio eu. Podar a liberdade de expressão e de imprensa fere diretamente a dignidade social. É o ocorrido recentemente na Venezuela, onde vemos a censura estampada nas atitudes do governo, sobretudo na não-renovação da concessão da RCTV, maior empresa venezuelana de comunicação. São coisas às quais não se pode fechar os olhos. E isso agride diretamente os direitos expressos em qualquer democracia; é um retrocesso aos regimes ditatoriais, no qual o melhor deles não se equipara à pior das democracias. Calar a boca da população e fazer dela mera espectadora da vontade dos poderosos deveria ser crime previsto na Corte Internacional de Justiça, e seus praticantes sujeitos a duras penas.

Em tempos que nos vangloriamos por presenciar a virada dos anos 2000, tão sonhada pelos cientistas e pela ficção cinematográfica, os avanços não vão muito além de um aparelho que cabe na palma de sua mão e que permite entrar em contato com outras pessoas. O principal foi deixado de lado em nome de uma corrida tecnológica desumana, onde não importa o indivíduo que sente e se expressa, apenas aquele que tem poder de compra.

Num mundo onde a garantia dos direitos à saúde, alimentação e educação são passados à diante, o direito à comunicação ficará ainda mais no fim da fila.

sábado, 24 de novembro de 2007

Novo 'casal' Malhação



Surpresa é pouco para descrever a final de Casal Malhação, do Caldeirão do Hulk. Para o espanto de todos, o casal não é um casal. Não vou me ater a todo histórico do concurso, até porque não pude acompanhar todas as etapas. Meu interesse é, essencialmente, a final.

Concursos como esses são corriqueiros na TV, e já nos revelaram ótimos artistas, a se ver por Flávia Alessandra, por exemplo. E são a prova concreta de que tem muita gente boa perdida por aí. Tamanha foi minha admiração, e creio que do país inteiro, quando o diretor de núcleo Ricardo Waddington anunciou os vencedores: Caio Castro e Rafael Barja.

Posso dizer que Daniela Carvalho e Renata Vareschi também tiraram a sorte grande. Me corrijam se eu estiver errado, mas presumo que as duas atrizes não possuem DRT. E para entrar para a Oficina de Atores da TV Globo é requisito indispensável. Graças a Hulk e seu bom senso de justiça, lá estão as meninas. Se fosse comigo, já estava mais que satisfeito! Rafael Barja, um dos vencedores, me pareceu um tanto quanto teatral. E concordo com o diretor: ele quebrou todo o ritmo da cena na final. Mas quem sou eu para discordar de Ricardo Waddington.

Mas o que me interessa aqui é mostrar minha satisfação em relação a Caio Castro (na foto, à direita). Há muito tempo não vejo um ator jovem tão bom quanto esse garoto. E quando eu digo tão bom, quero dizer MUITO BOM MESMO, merecendo até essas maiúsculas aqui. Prova viva de que talento não se fabrica, e que atores instintivos também sabem o que fazem (pasmem ele mesmo disse que não fez nenhum curso de interpretação). Tempo-ritmo, expressões, comunhão, tudo se encaixa perfeitamente. É daquele tipo de artista que eu farei questão de ter em meu cast fixo um dia!

Parabéns aos quatro, sem dúvidas, vencedores em iguais proporções. Boa sorte em Malhação 2008!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A hora e a vez da Rede Record


Ontem foi a estréia de Amor e Intrigas, a nova novela da Rede Record, que pretende surrupiar uns pontinhos do Jornal Nacional. A emissora vem com tudo, e mostra que está aprendendo muito bem a fazer novelas. Numa visão geral, tudo correu como o esperado. Nada de muita novidade. Locações, figurinos, cenários, nada foge à regra; diria até que foram impecáveis. Mas a grande diferença para as grandes produções (entenda-se Globais) são dos detalhes:

A primeira cena foi linda. Um plano geral da cidade de Ouro Preto, centro histórico de Minas Gerais. E logo na continuação, minha primeira decepção – um plano aberto, de uma pessoa que eu nunca vi, saindo não sei de onde, indo pra outro lugar que eu também desconheço. Só no meio da seqüência pude identificar que se tratava Vanessa Gerbeli saindo de casa e indo ao trabalho. Primeira vez que eu, e todos, vemos essa personagem. Não estamos habituados com ela, com seu núcleo, nem seu espaço. É conveniente mostrar de quem se trata e depois fazer a continuidade artística.

Mudando de cenário, tivemos um insert gráfico que "pulava" na tela. À primeira vista, pensei que fosse interferência no meu televisor (aqui em casa venta muito), mas no próximo insert, constatei que é um caso à parte: o gráfico mais mal construído que eu já vi.

O discurso retórico insiste em reinar na emissora, a mesmo questão que eu levantei em Caminhos do Coração, a pouco tempo no ar. Cenas clichês, muito longas, ou sem sentido. Personagens falando muito tempo sozinhas, em devaneios, mostram um certo vazio na essência da ação - dando a impressão de que a trama ainda não está bem estruturada.

São esses detalhes que definem quem manda e quem obedece na estética televisiva. Não adianta reclamar do Império Global. Uma coisa é querer mandar, outra é poder mandar. E não há como negar que, nisso, a emissora carioca tem a excelência. Mas acredito que, logo logo, se a rede do Bispo Macedo continuar nesse ritmo, a liderança da TV Globo deixa estar ameaçada para não existir mais. Boa sorte, Record!

domingo, 18 de novembro de 2007

A estréia de Marcela Duarte na TV

Texto: Daniela Mata Machado, em Caras & Bocas. Foto: Euler Júnior, para Estado de Minas.


Marcela Duarte foi eleita miss Minas Gerais e finalista do Miss Brasil ano passado, além de ter representado o país no Miss Mundo Universitária, na Coréia, também em 2006. Este ano, Marcela participou do Miss Intercontinental e garante que, com isso, encerrou a carreira de miss.

Nascida em São José dos Campos, a garota faz trabalhos como modelo desde os 13 anos e atualmente, aos 22, estuda jornalismo nas Faculdades Integradas do Oeste de Minas, em Divinópolis, onde mora. “Por enquanto, estou vindo e voltando todos os dias, mas antes que o ano termine vou me mudar de vez para Belo Horizonte”, afirma.

No Alterosa esporte, ela será “a garota da interatividade”, responsável por fazer a comunicação entre o público e a equipe do programa. “Não queremos que ela seja apenas uma peça figurativa”, afirma Leopoldo Siqueira. “Ela deverá participar também de matérias externas.”

Marcela também aposta em seu crescimento em frente às câmeras e diz que está gostando muito de trabalhar com os rapazes da bancada democrática. “Eles são muito bacanas”, comenta. A moça garante também que adora futebol, mas se esquiva quando perguntam para que time torce. “Torço pela Seleção Brasileira”, responde, diplomática.

Boa sorte nessa nova fase Cé! Sucesso!

sábado, 17 de novembro de 2007

Assistematicamente, O Sistema


Acho que nunca fiquei tão em cima do muro quanto hoje na hora de escrever esse post. Há três semanas que venho adiando escrever sobre O Sistema, e confesso não estar totalmente seguro ainda.

O humorístico é bom, tem sacadas fenomenais, bem diferente do que temos visto ultimamente. Mas afinal das contas, o projeto é de Alexandre Machado e Fernanda Young, que sabem muito bem o que fazem, e sempre vêm com algo inovador. Até que enfim alguém ainda pensa nesse mundo! E tendo Selton Melo à frente do elenco, dispenso meus próprios comentários. Ney Latorraca e Zezé Polessa estão impecáveis. São daqueles veteranos que realmente têm talento, e não apenas cresceram na profissão numa época onde poucos haviam. Minha grande satisfação, na verdade, é Graziela Moretto, com sua impagável operadora de telemarketing. A atriz é ótima, não sei porque não conseguiu se firmar na emissora até hoje.

Duas coisas, entretanto, me desagradam. A primeira delas é Maria Alice Vergueiro, numa simples repetição de Tapa na pantera. Fiquei decepcionado ao ver a, até então, fabulosa atriz do sucesso da internet se auto-plagiando nas noites de sexta. Não sei se a intenção é essa, e se for, também não é das melhores. A segunda é a atmosfera retro, ao meu ver, outro auto-plágio de Os Aspones, lembram? Também do casal Machado e Young, também com Selton Melo encabeçando o elenco, também com um ar retrô. Em O Sistema tudo é arquetípico demais: cenários, figurino e maquiagem. Mas enfim... não tem tu, vai tu mesmo.

Mas a idéia é legal – apesar de a maior parte do público não ter sido tão receptiva – e não dá pra negar que é uma proposta nova, ousada, diferente de todas as "formulinhas infalíveis" que tentam nos iludir até hoje. Vou continuar assistindo até me sentir confortável pra dizer algo mais palpável.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Pecar é bom...


Antes de tudo, desculpem a ausência da última semana. Faculdade em fim de semestre aperta!

Agora é a vez de Sete Pecados.

Walcyr Carrasco mostra que mais uma vez sabe o que faz. O autor que, indiscutivelmente, reina na faixa das 6, agora é a grande promessa das 7 horas. Sua estréia no horário coube a 'Sete Pecados', uma comédia romântica de fórmula certeira. Um bom elenco, misturado a uma boa produção, com uma excelente direção e autoria acertada, não tinha como dar errado. Comédias românticas são a chave do horário, que por muitas vezes já foi preenchido pelo célebre Antônio Calmon e também por Carlos Lombardi, autores das memoráveis 'Um anjo caiu do céu' e 'Uga-Uga', respectivamente.

Cláudia Jimenez está impagável na pele de Custódia, toda atrapalhada e com bordões pra lá de cativantes. Falando em bordões, eles invadiram a tela e caíram nas graças do povo. É só ouvir Elvira pra sir repetindo "Eu sou chic de doer!". Ver Ary Fontoura ao lado de Nicete Bruno todos os dias também não é pra qualquer um. Eu que já vi Nicete no teatro, sou cada vez mais fã. Priscila Fantin está se firmando na carreira, marcando espaço e fazendo a diferença! Giovanna Antonelli está impecável, merecia um post exclusivo. É maravilhoso vê-la no ar em dois papéis totalmente opostos: de um lado a doce Clarice e de outro a maquiavélica Bárbara de 'Da cor do pecado' (de João Emanuel Carneiro). Reynaldo Gianecchini é minha grande decepção, mais uma vez. Acredito eu, que essa é sua personagem mais consistente até hoje, e deixa muito a desejar. Seu ponto de tensão fica patente: nas cenas de maior exaltação o ator imposta a voz no céu da boca (fica fanho mesmo). A grande surpresa dos últimos dias é Marcelo Médice, que está perfeito em sua dupla personagem. Ao lado do mordomo Antero, a prima Zizi, do interior, arranca risos até dizer chega. O ator se mostra brilhante!

Sempre gostei da trama. Abertura, de Hans Donner, é muitíssimo bem feita. Os quadros congelados e a câmera circundando o cenário trazem uma inovação mais que original. A produção é das melhores (não é à toa que Marquinhos está lá, hehehe). Jorge Fernando, no núcleo, se firma cada dia mais nas comédias, fazendo o que sabe de melhor. Perto da reta final, a novela começa a tomar rumo, desfazer as tramas. Dante já está ciente de seus sete pecados. Agora é esperar pra ver. Essa novela vai deixar saudades, e sua sucessora vai ter uma árdua tarefa pela frente: segurar a audiência, cada dia mais arisca.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Balança, mas não cai


Vocês bem viram que eu estava todo animado com a nova fase de Malhação. Pois bem, foi só começar a desenvolver a trama que todo o esforço quase foi por água a baixo. Estava todo animado com a "saída" do Múltipla Escolha, a chegada de novos ambientes, personagens... mas meu sonho não se concretizou. Os novos espaços saíram logo na primeira semana e o Múltipla Escolha estava de volta. E o pior, com mais um colégio pelo meio. Bom, já que é pra gastar dinheiro com o cenário do colégio, vamos fazer tudo por lá mesmo. É refeitório, alojamento, casa de funcionário... espera aí, eu disse alojamento??? Alguém aqui se lembra de Rebelde? Qualquer semelhança não é mera coincidência. Tim tim por tim tim! Afinal, na televisão nada se cria, tudo se copia, não é Velho Guerreiro? Sério mesmo, gente. O Múltipla Escolha agora é um semi-internato. Brincadeiras à parte, tá difícil engolir esse RBD mais rebelde que o original.

Semelhanças à parte, revoltas à parte, ainda estou muito satisfeito com o elenco. Muito satisfeito mesmo! Como eu disse logo na estréia, dessa vez a produção resolveu respeitar a faixa etária dos atores, e só aí já eliminou 50% do problema. Os outros 50% ficam por conta da afinação do cast. Digamos que desses últimos 50%, 45% já estão resolvidos (e olha que isso corresponde a 90% do elenco – em termos de Malhação, está ótimo). Minha maior decepção foi Cleiton Morais, o Andréas. Tem uma interpretação muito forçada, mas vou dar um voto de confiança ao rapaz. Licurgo Espínola está de volta, vivendo Félix, dono do colégio que se fundiu ao nosso velho conhecido. Ele era um dos professores na primeira temporada do Múltipla em 1999. Apesar de achar Rafael Almeida um tanto quanto insosso, vou deixar de lado, até porque seus dois personagens até hoje também são bem sem graças. Me simpatizei à primeira vista com Nathalia Dill, a malvadinha da vez. Nem de mais, nem de menos. A garota tá no ponto, sem exageros. Sophie Charlotte também me agrada. Que mal lhe pergunte, essa menina é francesa? Se não, podia ter arranjado um nome mais facilzinho, né!

Estou triste com a história, feliz com o elenco. Insatisfações à parte, prefiro Malhação 2008 aos penosos últimos anos de repetição. Já que nenhuma mudança mais significativa surge (e não sei o porquê), vou me contentando com o que vejo e esperando por mais. E, se continuarmos nesse ritmo, acredito que o programa só tem a crescer. Aí sim, vai ser cada vez mais difícil tirar Malhação do ar.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Correndo atrás do prejuízo

Ontem foi a estréia da nova novela das 6, Desejo Proibido. E tem pela frente uma árdua tarefa: recuperar os pontos perdidos pela sua antecessora Eterna Magia. De cara, fiquei frustrado com a abertura. Efeito mais que básico de qualquer programa amador de edição. Nem parece coisa de Hans Donner. E a música!? Timbre desagradável de Tânia Mara (ainda acho que ela tá engasgada com alguma coisa, coitada) cantando o tema brasileiro de A Usurpadora, pasmem! Meu Deus, eu achava que o Brasil tinha um repertório musical maior, que não precisasse repetir tema de abertura de novela.

Já o elenco é afinadíssimo. Digno de trama das 8. Letícia Sabatella dá um show à parte, impecável. Sem falar no prazer de assistir Lima Duarte, Eva Wilma, Othon Bastos, Nívea Maria... enfim, poderia ficar semanas aqui discorrendo sobre esse cast! Também estou muito feliz com a volta de Daniel de Oliveira, em grande estilo. Surpreso fiquei ao ver Aninha Lima, que faz a irmã mais velha de Grazi Massafera. Não me lembro de ter visto a atriz em outros trabalhos, mas está perfeita!

Marcos Caruso me deixa um tanto confuso. O ator sem dúvida é da melhor linhagem. Mas a impostação que está dando à sua voz é um tanto teatral, pra não dizer incômoda. Ótimo recurso para os palcos, dessa vez soa estranho pela familiaridade que temos com o ator e a proximidade que a câmera nos dá da cena. Fernanda Vasconcellos é a grande decepção do elenco. A atriz, que nunca foi lá essas coisas, está mostrando que não teve uma boa preparação. Sua técnica vocal é lastimável: silabicamente marcada em alguns momentos e toda embolada em outros; não há meio termo. Isso sem contar que vou ter o desprazer de ver Leticia Birkheuer e Bruna Marquezine. Mas como nenhum elenco é perfeito...

Concebida por Walter Negrão e conduzida por Marcos Paulo, a história tem tudo pra dar certo. A temática agrada, isso é fato, e a dupla já mostrou que funciona bem. HDTV, iluminação de alto padrão, detalhes milimetricamente pensados e que fazem a diferença. Mas atentem para um risco: o padre vai se apaixonar. Lembram daquela velha história da terceira idade? Pois é, tomara que isso não soe mal as ouvidos alheios. Que venha com tudo!

domingo, 4 de novembro de 2007

Fim de Eterna Magia


Além da estréia do humorístico 'O Sistema', essa semana mereceu atenção com fim de 'Eterna Magia', a primeira novela de Elizabeth Jhin para a TV Globo. Marcada por desencontros, a trama logo perdeu a estabilidade. Não por falta de talento da autora, diretores ou casting, muito pelo contrário. O grande erro da novela foi tratar de um tema que não agrada seu público-alvo: magia e terceira idade. Erro primário, há tempos não cometido pela emissora carioca. O último de que me lembro foi 'As filhas da mãe', novela que sucedeu 'Um anjo caiu do céu', que bateu recordes no horário.

O tema de Eterna Magia é interessantíssimo, tem cativado o publico jovem, e até mesmo o mais adulto. É só ver o sucesso de 'As brumas de Avalon', 'O senhor dos anéis' e 'Harry Potter'. Então, o que não deu certo dessa vez? Primeiro que estamos tratando de linguagens diferentes. TV é muito mais abrangente que o Cinema. Apesar de poder mudar de canal, você não pode interferir na programação da emissora (vamos ver como fica com a TV digital); já no conforto do Cine, você escolhe qual gênero quer assistir e a que horas quer assistir. Outro detalhe muito importante é a extensão do produto. Tratar de "bruxarias" por duas horas é muito diferente de estender o assunto meses a fio. Mesmo sendo sutil, o tema se torna pesado, e as cenas mais sutis ficam agressivas. Talvez em uma minissérie a temática poderia ter sido melhor desenvolvida. Confesso que, mesmo não simpatizando com Paulo Coelho, gostaria de 'O diário de um mago', microssérie engavetada há anos.

Voltando à novela, vejamos alguns pontos-chave do último episódio. Apenas duas coisas me decepcionaram. Primeiro foram os efeitos da metamorfose de Zilda (Cássia Kiss) e a saída Mauro (Fábio Keldani) do quadro. Tecnicamente bem feitos, porém já manjados. Zilda esfarelava em demasia, e os efeitos começam lentos evoluindo numa continuidade aceleradíssima. No caso de Mauro, só a ponta do quadro onde ele estava preso aparecia no ar, e de repente ele aparecia liberto. Preguiça da equipe de efeitos especiais. Outro detalhe eram os cartazes da turnê de Eva (Malu Mader) pelo mundo, em diversas línguas. Inserts de muito bom gosto por sinal, mas ininteligível pela maioria. Não custava uma legenda com o nome dos países ou a amostra de pontos turísticos de destaque.

Por outro lado, as passagens de tempo foram muito bem feitas. Enfatizo a cena em frente a confeitaria, onde as personagens passavam em ritmo frenético, dando a sensação de tempo corrido. O casamento de Conrado (Thiago Lacerda) e Nina (Maria Flor) foi simples e lindo; e Eva retomou seu bom caminho. O atentado e a morte de Peter (Pierre Kiwitt) foram muito bem coreografados. Meus colegas vão pegar no meu pé, mas remetiam muito ao espetáculo final de O Fantasma da Ópera. Como em todo happy end, os fatos foram previsíveis, mas agradáveis.

Vale a pena chamar a atenção para Marco Pigossi e Milena Toscano, intérpretes de Miguel e Elisa. Jovens e estreantes atores que mostraram muita segurança, bom gosto na interpretação e boa dosagem das emoções. É bom ficar de olho, vamos ter ótimas surpresas com eles pela frente! Maria Flor estava ótima em sua primeira protagonista! Também me agradou ver Ana Carolina Godoy, que tem crescido muito como atriz, desde sua estréia em Bambuluá. Osmar Prado, Irene Ravache, Aracy Balabanian e Cássia Kiss dispensam comentários. Só não posso deixar passar em branco a presença inigualável de Cleide Yácones, que abrilhantou a novela com sua presença nas cenas da boa avó. Bom vê-la na telinha, sempre!

Agora é esperar para ver o que vai acontecer com Desejo Proibido. O tema é certeiro para a terceira idade: a religiosidade. Nos moldes de A Padroeira, a trama promete trazer de volta os pontinhos no Ibope perdidos pela antecessora.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

E a fantasia se desfez em pedaços...


No final dos anos 90 entra na grade (grade?) do SBT o programa Fantasia. Nos moldes característicos de Sílvio Santos, o 'recreativo' das tardes brasileiras distribuía prêmios em dinheiro com a participação do telespectador. Foi um fenômeno, chegando a derrubar a rede telefônica de São Paulo com cerca de 100 mil ligações ao mesmo momento. Fantasia trazia consigo quatro rostos novos, apresentadoras muito bonitas e simpáticas, num cenário tropical (mais caribenho que brasileiro), sendo auxiliadas por uma legião de moças sorridentes. Logo depois foi a vez de Carla Perez estrear à frente da atração. Com a licença de Copélia, "prefiro não comentar"... uma terceira temporada, sem sucesso, levava ao ar Celso Portiolli, Márcia Goldshimidt, Otavio Mesquita, Christina Rocha, enfim... pessoas muito diferentes num mesmo palco. Não durou muito tempo.

Dez anos após sua primeira ida ao ar, o vespertino volta a ser exibido na madrugada (nada contra o SBT, não é isso; mas pra mim é mais uma prova da falta de estrutura na rede). Dessa vez, dois apresentadores comandam a atração: Helen Ganzarolli e Caco Rodrigues. Apesar da presença de Luiz Bacci, a emissora não o divulga como apresentador em seu site. E, é claro, mais uma vez com o imensurável time de meninas – e olha que nem a beleza é homogênea dessa vez. Surpresas à parte, me detenho aos apresentadores.

Caco é até bem simpático, às vezes rude demais com a tia que liga, tadinha. Mas frente às câmeras tem certa naturalidade, que agrada, inclusive. Um sorriso meio forçado, mas vamos lá... afinal de contas, ficar atendendo telefone à uma da madrugada não é muito convidativo...

Helen é um caso à parte. Prova concreta de que talento não se transporta por osmose! Os anos ao lado de Gugu – convenhamos: talento também não tem. É costume ver essa criatura aos domingos. Lavagem cerebral, só pode. Nem Freud explica! Pois então, anos dividindo o palco com celebridades consagradas que parecem não ter adiantado de nada. A garota é um misto de euforia e plasticidade. Sorrisos mais que forçados e espasmos faciais que, pra não pegar pesado, me deixam constragido. Caras e bocas que eu ficaria sem graça se visse isso ao lado da minha mãe numa madrugada dessas...

Bom, pra quem estreou há uma década atrás como fenômeno de audiência, ir parar à uma da manhã, sendo apresentado por Helen Ganzarolli... unf... melhor eu ficar quieto antes que voltem com a Carla Perez. Pra ver isso, só tarde da noite mesmo, quando meu cérebro já não assimila muita coisa...

domingo, 28 de outubro de 2007

Cada louco com sua mania!



Aos olhos leigos pode parecer que teatro, cinema e televisão são expressões artísticas bem parecidas. Mas como bom entendedor da coisa, posso dizer que são como água vinho e vinagre. Vou me ater aos modos de encenação, que é a parte que me toca e o principal ponto de intersecção entre os três. Até porque é obvio que os métodos de gravação, filmagem e de exibição frente a frente com o público são muito diferentes. Mas a parte que nos toca aqui é postura dos atores nesses meios.

No Teatro o ator está muito mais solto. Seu corpo fala por si: gestos largos, bem definidos e expressivos; gestos de peso. A direção também, apesar de ser bem rigorosa e buscar imediata reação do público, dá ao artista maior liberdade. No palco, o ator é senhor de si. Está ali dando seu melhor e recebendo o máximo da platéia. As exigências de luz são bem menores. A luz no teatro é mais difusa, não precisa de tanta precisão. O campo de visão abrange todo o palco e não traz tantas complicações na marcação. A voz é muito mais forte. O ator explora todas as possibilidades, tem mais potência, e precisa de uma técnica muito mais apurada. A atenção redobra quando estamos num musical. Aqui, os efeitos de estúdio não podem ajudar.

Pra TV as especificidades já aumentam. A direção é mais rígida, a luz começa a dar trabalho, os detalhes são maiores. O ator fica um pouco preso ao seu espaço. A parafernalha técnica pode atrapalhar sua concentração e ele precisa estar bem treinado. Texto na ponta da língua: o ritmo de gravação é muito mairo que o do cinema, gira em torno de 40 cenas por dia. Métodos bem sucedidos nos palcos, como o Stanislavski, podem colocar todo o trabalho a perder. Os atores advindos do teatro sentem muita dificuldade. O corpo é mais parado, a xpressão se concentra na face, mas nada pode ser exagerado. A voz é controladíssima, nada pode ficar fora do tom. Afinal, o realismo está ali, todos os dias na casa do telespectador.

O Cinema é meu caos particular. Digo que a tensão é total e que o auto-controle tem que falar mais alto. Marcações milimétricas, expressões mais que controladas. Tudo é rigorosamente coreografado. Se a luz na TV já dava trabalho, no Cinema nem se fala. A direção é feita com rédeas curtas. O ator desenvolve uma postura muito mais contida, tanto de gestos, quanto de fala. A concentração é absurda: respirar pode fazer mal. Qualquer erro ou princípio de exagero é aumentado com a proporção da tela e se torna gotesco.

Resumindo: no set de filmagem me sinto enjaulado; no estudio de gravação me sinto em casa; no teatro eu quero voar!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Algo de novo na telinha


Foi-se o tempo em que a televisão era um simples veículo para informação e entretenimento. Aos poucos, a TV foi ganhando importância dentro do cenário doméstico até se tornar o centro das atenções no cotidiano das famílias. E se engana quem pensa que a TV é um meio de comunicação de uma só via. Os telespectadores têm mostrado que sabem muito bem o que querem ver, a ponto de determinar grandes mudanças num dos principais gêneros produzidos no Brasil: a telenovela.

Antes de tudo vale a pena destacar que a telenovela é a única forma de entretenimento das classes 'D' e 'E'. Outro dado importante é o que diz respeito à abrangência do meio, estando o sinal de televisão disponível para 100% do território nacional e os aparelhos de recepção presentes em mais de 85% dos lares (ainda mais relevante que as geladeiras). Com todos esses dados movendo as engrenagens do sistema, mais cedo ou mais tarde as mudanças ocorreriam.

Gradativamente as novelas foram ganhando novos ares, se moldando aos desejos da população e trazendo novidades. As tradicionais famílias de renome no círculo social foram dando espaço à periferia, mostrando o dia-a-dia das pessoas simples, maioria no país. É a necessidade de identificação: a TV trabalhando como espelho da realidade, é o desejo de ver na tela aquilo com o que convivemos. "Vidas Opostas" da Rede Record é um bom exemplo: fazia um paralelo entre a realidade da alta sociedade carioca e de suas favelas. Outro exemplo mais recente é "Duas Caras", da Rede Globo, na qual a abertura é a própria reprodução de uma favela.

Cenas à mesa ganharam relevância nesses últimos tempos. Takes de café da manha, almoço e jantar são cada vez mais constantes. Constatou-se que os espectadores apreciam esse tipo de ação, pois associam as refeições a um momento sagrado, de respeito, onde temos a oportunidade de estar com a família reunida.

Temas vistos com muito preconceito também ganharam território. Diversidade sexual, vícios e religião têm freqüentado os cenários e colocando em xeque assuntos que antes eram vistos como interditos. Agora são tratados como mais naturalidade, visando diminuir o preconceito instaurado na sociedade há tempos.

É isso aí. Quem ainda acha que a voz do povo não tem vez na telinha, é bom rever seus conceitos. A população tem se mostrado cada vez mais forte e ativa. Já passou a época em que tudo o que ia ao ar era aceito passivamente. Estão todos mais críticos e mais exigentes. Afinal, nosso ouvido não é penico!

domingo, 21 de outubro de 2007

Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?


É na corrida pela audiência que o SBT tropeça nas próprias pernas. O brinquedinho de Sílvio Santos não consegue se sustentar com as freqüentes mudanças que faz na grade. Daí vem a pergunta que não quer calar: o SBT não tem audiência por que muda a programação, ou muda a programação por que não tem audiência?

Vira e mexe, você liga sua TV para assistir o programa que acompanha quando tem a tão desagradável surpresa de que está passando outra coisa. E o pior, você não faz a mínima idéia do que aconteceu com o programa que queria ver. Programa Livre é um exemplo clássico: na época de Serginho Groisman, trocou de horário mais de dez vezes! Esses dias mesmo eu liguei minha TV para assistir Chaves, e tamanha foi minha admiração quando dei de cara com o Programa do Ratinho. O pior de tudo é que os programas que se alternam se quer são voltados para o mesmo público. Ora, se eu liguei a TV para ver Chaves é porque não tenho interesse nenhum em assistir Ratinho! São gêneros totalmente opostos.

Chaves é outra coisa que me indaga. Precisou de uma saída estratégica? Taca logo Chaves na grade que a questão tá resolvida. Concordo que o humorístico mexicano é inigualável, que cativa mesmo e dá audiência. Mas daí a ser a solução para todos os nossos problemas já é demais.

Falta de ética também é coisa corriqueira na emissora paulista. Jackeline Petkovic, quando apresentava o infantil Bom dia & Cia. foi substituída da noite pro dia pela dupla Jéssica e Kauê. O motivo? O salário de duas crianças é mais baixo do que de uma apresentadora em ascensão. Aliás, já perdi as contas de quantas vezes o matinal trocou seus apresentadores. Outra passagem inacreditável foi a volta de Chiquititas. O SBT colocou a novela de volta na programação sem pagar os direitos conexos da produção. Resultado? Quatro meses depois, sendo a emissora processada em massa, a justiça decretou a retirada imediata do produto do ar.

Ah, outra coisa, já visitaram o site do SBT? Assim que você acessa, ao invés de entrar no site propriamente dito, é surpreendido por uma página de fofoquinhas internas: "É verdade ou é mentira?", mostrando o que a emissora tem de melhor (?) e as intrigas do oposição...

Mas enfim... se você ainda tem esperanças de continuar vendo seu programa no mesmo horário, arranje um banquinho e espere sentado. Recentemente, a própria apresentadora do Jornal do SBT não sabia qual atração anunciar na seqüência... (http://www.youtube.com/watch?v=Z-xn7ZcvT0w). Depois me acusam de puxar o saco da Globo, mas pelo menos esse problema eu não tenho. Lá, grade nova é uma vez por ano e com sutis modificações. Piada mesmo é ouvir no começo do ano o SBT anunciar sua 'nova' programação... e a propósito a que horas passa oito e meia no cinema? Ainda não consegui descobrir...

sábado, 20 de outubro de 2007

Meu amor, minha vida


Peço licença aos que tem acompanhado meu blog (se é que alguém tem lido isso aqui), para publicar um post muito especial.

Essas carinhas que vocês estão vendo aí (fora a minha), na verdade são, cada uma delas, partes de mim. Uma me faz pensar, me faz respirar, uma faz meu coração bater, outra me faz sorrir, a outra me faz agir... e todas elas juntas me fazem estar aqui.

Foram presentes que eu recebi, dádivas pelas quais agradeço todas as noites em minhas orações. Mesmo longe, guio seus passos, velo seus sonhos, contemplo seus sorrisos , e fico esperando pelo dia em que vamos estar todos juntos novamente. Eu sei que vai ser um tanto difícil, mas eu acredito que esse dia vai chegar! Cada um mora num canto: Santa Rita, São Paulo, Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Nova Friburgo... mas o amor que nos une é muito maior do que toda essa distância.

Eu disse isso uma vez a eles, e não posso deixar de repetir aqui. É sempre bom lembrar...
Lembrar da dedicação da Juju
Lembrar da animação da Amandinha
Lembrar do carinho do Biel
Lembrar do sorriso do Bernardo
Lembrar da sinceridade do Bruno
Lembrar do “eu te amo” da Clarinha
Lembrar do companheirismo do Felipin
Lembrar do coração da Gina
Lembrar da alegria da Jana
Lembrar da coragem do Juninho
Lembrar da voz suave da Lê
Lembrar da perseverança do Léo da ETE
Lembrar da teimosia do Léo do Sanfra
Lembrar das conversas com a Li
Lembrar dos olhos cativantes da Liz
Lembrar dos sumiços saudosos da Maria
Lembrar do anjo que é a Rapha
Lembrar do abraço confortante do Vini
Lembrar da amizade do Will

Amo vocês cada dia mais. Nunca se esqueçam de quem alguém pensa sempre em vocês, e que faz tudo pra vê-los felizes! A vocês, meus queridos, o meu amor e a minha vida.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Confusos caminhos do coração


A Record, mais do que nunca, está disposta a chegar no topo. Além de colocar no ar o novo canal de notícias, vem investindo forte em dramaturgia. Desde seu remake para A Escrava Isaura, a emissora tem agradado boa parte do público, para o desespero da "poderosa"...

Vidas Opostas, de Marcílio Moraes, inaugurou um novo horário para telenovela, e prometia inovações. De novo mesmo só as cenas de realismo extremo, ambientadas na favela, com tiros, bandidos, carnificina e tudo que se tinha direito – algumas de muito mau gosto por sinal. E na sina de reinventar cada dia mais, surge Caminhos do Coração.

A novela, de autoria de Tiago Santiago, traz para dramaturgia brasileira o que já foi mostrado por X-Men e pela série Heroes: mutantes. Mas entra aí uma questão mais que relevante: know how. Querer fazer não é exatamente saber fazer. Tudo peca na novela: elenco, direção, pós-produção.

A trama, por tratar de um conteúdo mais pesado, tem crianças demais. Tanto essas crianças, quanto o núcleo jovem ainda não estão no ponto. A inexperiência é patente. Se para atores estreantes já é difícil desempenhar um papel comum, imaginem um mutante! Santiago também pecou na concepção de algumas de suas personagens: Irma (Patrícia Travassos) é exagerada em demasia, escandalosa e mal educada, eu diria; Danilo (Cláudio Heinrich) é muito caricato e expõe os homossexuais ao ridículo; César (Cássio Scapin) dá um nó na cabeça de qualquer telespectador misturando todos aqueles idiomas.

A direção também tem errado um pouco na mão. Alexandre Avancini, filho do grande Walter Avancini, já provou que não tem só sobrenome, mas talento de sobra. Não sei o que acontece dessa vez. As cenas têm dinâmicas muito lentas e as falas estão muito teatrais.

Pior de tudo são os (d)efeitos especiais. E é aí que o know how deixa a desejar ainda mais. Todo mundo sabe (inclusive eles mesmos) que a Record não é a melhor produtora de novelas do país. É pretensão demais querer reproduzir efeitos hollywoodianos nos recém-inaugurados estúdios do Recnov. O resultado chega a ser tosco e vergonhoso.

Antes da estréia, o autor disse que tinha cartas na manga, caso o tema não agradasse. Pois é, acho que está na hora de começar a tirar o coelho da cartola.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Duas caras, dois pontos


Depois do triunfante, embora previsível, fim de Paraíso Tropical, Duas Caras veio prometendo. Mas como nem sempre prometer é cumprir, parece que a novela não tem agradado muito não. Acho cedo de mais para dar uma opinião concreta, mas é indiscutível que estamos numa fase perigosa: novela na segunda semana se não engatar, desanda de vez.

Dalton Vigh, como sempre, mostra pra que veio ao mundo. O ator ganhou destaque vivendo Sahid em O Clone, de Glória Perez, e depois disso é sucesso atrás de sucesso. É a mais pura prova de que rostinhos bonitos também podem ser talentosos. Já Marjorie Estiano anda deixando a desejar. A atriz fez bons trabalhos em Malhação e Páginas da Vida, mas daí a encarar uma protagonista de horário nobre é arriscado demais. Talvez daqui a alguns trabalhos ela esteja no ponto. Nada como a experiência para polir o talento de um ator (e digo isso por experiência própria).

Decepcionado fiquei com Suzana Vieira. Não por ela, excelente atriz de talento inquestionável, mas pela caracterização da sua personagem... suas longas madeixas loiras remetem muito a Donatella Versace, a irmã brega do famoso estilista italiano. Donatella foi, inúmeras vezes, eleita uma das dez mulheres mais mal vestidas da Europa: estava mais do que provado que a escolha da caracterização de Suzana não seria lá das mais agradáveis. Outra coisa que me incomoda profundamente é o cabelo da Marjorie. Sai personagem , entra personagem, ela continua com aquele capacetinho ruivo... cansei.

Enfim, a novela não tem atingido bons índices no Ibope, mas a exemplo de sua antecessora, ainda tem tempo para se firmar. Todo começo de novela é um pouco devagar. Talvez a grande semelhança com Senhora do Destino, do mesmo autor, Aguinaldo Silva, afaste um pouco o público. Público, este, que já está um pouco cansado do gênero e tem sido mais exigente, pedindo novidades pra ontem!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Toma lá, concorrência!


Foi nos especiais de fim de ano de 2005, que "Toma lá, dá cá" deu as caras na telinha. Maria Carmem Barbosa e Miguel Falabella repetem a ótima parceria que já rendeu bons frutos, como a novela das 7 "A Lua me disse". Apesar de o programa não ter entrado na grade logo em 2006, foi uma ótima saída para substituir "A Diarista".

O humorístico é sem dúvidas, a melhor novidade do gênero nos últimos tempos. Apesar dos comentários que associam o programa ao extinto Sai de Baixo (e por razões óbvias), Toma lá, dá cá, mostra que é um menino bem resolvido e que tem personalidade própria.

E o sitcom veio recheado de boas surpresas! Fernanda Souza, mostra uma excelente veia cômica, até então desconhecida do público. Alessandra Maestrini é minha preferida! A personagem de nome exótico arranca gargalhadas com suas histórias lá de Pato Branco e seu sotaque bem peculiar. Daniel Torres também merece elogios. O jovem ator tem se saído muito bem como Adônis, levando Hamlet da tragédia à comédia escrachada. Impagável mesmo está Arlete Salles. A experiente atriz, deixa claro que sempre há espaço para uma nova vida na carreira de uma atriz, interpretando Copélia, algo totalmente diferente do que já vimos em sua carreira até hoje. Sua atuação é tão espetacular que eu "prefiro não comentar...".

Elogios à parte, confesso que fiquei um pouco decepcionado com Miguel Falabella e Adriana Esteves. Atores que já tiveram várias oportunidades de nos mostrar o quão talentosos são, simplesmente se resumem a reviver Caco Antibes (Sai de Baixo) e Lola (Kubanakan). Triste mesmo fiquei com a substituição de Débora Bloch. Não que Marisa Orth não esteja à altura, apenas achei a Rita de Débora mais adequada à proposta de mulher estressada com trabalho, filhos e casa; a de Marisa me passa uma impressão de neurótica por natureza, muito vazia.

Não querendo comparar, mas já comparando, estava sentindo falta de um programa assim na TV desde que fiquei órfão de Sai Baixo. Sentar na platéia, rir à toa, me divertir...

DANCE DANCE DANCE dançou...


Alguém pode me explicar o que é isso que passa na TV Bandeirantes, com o nome gago Dance Dance Dance? Confesso que me sinto assistindo a uma Floribella na terceira idade! E eles ainda tem coragem de dizer que foi inspirado em Dirty Dancing! O descontentamento já começa no fim do jornal que antecede a "novela", onde o apresentador, com seu tom imparcial, nos anuncia: Assistam agora Dance. Dance. Dance. Ou seja, é pra reforçar mesmo que a novela vai dançar... se é que já não dançou.


O elenco não é lá dos melhores, salvo pela Juliana Baroni que é bem simpatiquinha e o Eduardo Galvão (coitado, não merecia essa...) Agora, que protagonista é aquele (Ricardo Martins)? Se fosse com a desculpa de que o cara é galã, bonitão, a gente até engolia, mas nem isso.


O figurino também deixa a muito a desejar... nada contra o protagonista, coitado, mas acho que a produção inteira pegou o menino pra Cristo. Sabe aquele lance de que "parece que o defunto era maior"? Pois bem, nenhuma roupa serve naquele rapaz... bem cara de menino riquinho que vai brincar de trabalhar e pega o terno do pai emprestado... Juliana Baroni também anda muito com cara de Madalena arrependida com aquelas roupinhas caipirinhas... e olha que eu acho que nem as caipiras se vestem mais assim. A única coisa que salva é o figurino dos bailarinos durante os ensaios, mas aí também não tinha como errar, isso é igual em qualquer lugar do mundo!


O cenário é uma coisa! O que era pra ser moderno ficou futurista, com materiais metálicos, tons azuis, bem cibernética a coisinha. O que era pra ser rústico ficou beeem arcaico, caindo aos pedaços mesmo. É... não foi dessa vez que a cenografia da Band acertou na mão. Acho que são advindos do SBT: mexicanamente exagerados.


E nem adianta acessar o site, aquele negócio simplesmente não carrega. Carrega, mas demooora...


Quase Eterna Magia


Pois bem, alguns devem estar se perguntando até hoje como Eterna Magia conseguiu entrar no ar... Confesso que eu mesmo sou uma dessas pessoas. É sabido por todos nós que há temas censurados até a última hipótese na TV Globo. Antônio Calmon, por exemplo, propôs na década de 90 uma novela que tratava sobre extraterrestres. Sinopse rejeitada, o mesmo autor incluiu o assunto em Começar de Novo, que escrevia junto com Elizabeth Jhin, mas logo teve de mudar seus rumos.


E essa mesma dona Elizabeth Jhin, autora da novela em questão, ganhou sua carta de alforria e propôs a tal sinopse mágica. Para espanto geral da nação, foi aprovada, sucedendo uma série de produtos ligados ao espiritualismo. Sim, espiritualismo, pois o espiritismo só foi mencionado no último capítulo de O Profeta, numa das falas do casamento de Marcos e Sônia. Mas isso é assunto pra outro dia.


Voltado à Eterna Magia, nada contra o assunto, mas era patente que não ia alçar vôo. Faixa das 6h é, principalmente, voltada pra terceira idade (não é à toa que a maioria das produções é de época e bem água-com-açúcar!). E, desculpem a franqueza, velho por acaso gosta de bruxaria? Gente, eles vêm de uma época que isso realmente assustava! Meus avós que o digam, me contavam altas histórias de sexta feira santa, lobisomem, etc etc... tanto que eles mesmos pararam de ver a dita cuja.


E não deu outra! Em menos de dois meses a coisa mudou de rumo, e mesmo assim não engatou! Corre daqui, conserta de lá, tenta fazer respirar alguém que tá quase morrendo sufocado... num deu. Foi um tal de trocar perfil de personagem, arranjar novas funções, trazer gente de volta, que deu um nó na cabeça dos velhinhos, coitados (e até na minha)! Tanto que mal se fala em Valentinas!


Caso à parte mesmo foi Paulo Coelho. Aquele homem deve ter um pacto com o diabo, só pode. Escreve mal e vende pra cara...mba! E ainda vem dar uma de ator pra cima de mim? Já me basta a ABL, que eu não engoli até hoje! Tanto é que, quando a novela mudou de rumo, sua segunda participação especial (?) foi dispensada... até o quadro dele que figurava no Museu das Valentinas foi tirado de cena (junto com o próprio museu). Ah, e sem esquecer que a sinopse de O Diário de um mago, microssérie de três capítulos, foi rejeitada pela alta cúpula há poucos anos atrás! É minha gente... algo tem nessa história que eu ainda não sei...


Final das contas? Encurtaram a novela. E olha que o orçamento não era dos mais baixos, com direito a gravação na Irlanda e tudo mais! Já vem por aí Desejo Proibido, de Walter Negrão, mais uma produção de época (por que será?), tentando recuperar os pontinhos (valiosos) perdidos no Ibope... mas tomara que no fim disso tudo, a escritora ganhe um voto de confiança e continue fazendo bem seu trabalho, como sempre fez. Afinal de contas, quem não comete um erro pelo menos uma vez na vida?

Malhação 2008


Malhação 2008 (ainda que em 2007), caras novas, gente bonita e talento pintando na área!Já que nenhum elenco é perfeito, sou obrigado a confessar que Malhação veio com tudo dessa vez.


Nada de gente mais velha se passando por garotinhos colegial. A direção dessa vez assumiu a idade e veio com um elenco que promete. Presenças já conhecidas como de Rafael Almeida (Gustavo, ex-Páginas da Vida), estreiantes, e gente vindo de outras emissoras, como é o caso de Mariah Rocha (Chiara), que veio lá de Floribella da Band. Quem dá as caras também é Jonatas Faro (Peralta), ex-Chiquititas, que não aparece na telinha desde Um anjo caiu do céu.


Dessa vez vem com um texto mais ágil, mais popular, ainda de Paula Amaral, que mostra que tem talento escondido na manga. Tá dificil aguentar as piadinhas sem graça, mas vamos com fé que a coisa melhora.


Me chamou atenção a volta e José Carlos Machado (Joaquim) e Rafael Almeida (Gustavo)revivendo pai e filho, como em Páginas da Vida. Com uma relação totalmente diferente da última novela, confesso que me sinto um pouco incomodado com a situação. Além de que o texto dupla é bem teatral, onde temos 3 possibilidades de falha: autor, ator, direção. Confesso que ficaria com a última.


Entre trancos e barrancos, tropeços à parte, fiquei feliz com o que vi. Depois de longos 8 anos de espera, desconfiaram que não adiantava só reformar o colégio e continuar com a mesma água-com-açúcar de sempre (isso mesmo, pasmem! Multipla Escolha desde 1999). Agora é torcer pra que a mudança dê certo e continue.


Podem xinagr, falar o que for, mas acho que a novela já enraizou na grade, e não consigo mais imaginar 5 e meia sem Malhação!Abraços!