quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Duas caras, dois pontos


Depois do triunfante, embora previsível, fim de Paraíso Tropical, Duas Caras veio prometendo. Mas como nem sempre prometer é cumprir, parece que a novela não tem agradado muito não. Acho cedo de mais para dar uma opinião concreta, mas é indiscutível que estamos numa fase perigosa: novela na segunda semana se não engatar, desanda de vez.

Dalton Vigh, como sempre, mostra pra que veio ao mundo. O ator ganhou destaque vivendo Sahid em O Clone, de Glória Perez, e depois disso é sucesso atrás de sucesso. É a mais pura prova de que rostinhos bonitos também podem ser talentosos. Já Marjorie Estiano anda deixando a desejar. A atriz fez bons trabalhos em Malhação e Páginas da Vida, mas daí a encarar uma protagonista de horário nobre é arriscado demais. Talvez daqui a alguns trabalhos ela esteja no ponto. Nada como a experiência para polir o talento de um ator (e digo isso por experiência própria).

Decepcionado fiquei com Suzana Vieira. Não por ela, excelente atriz de talento inquestionável, mas pela caracterização da sua personagem... suas longas madeixas loiras remetem muito a Donatella Versace, a irmã brega do famoso estilista italiano. Donatella foi, inúmeras vezes, eleita uma das dez mulheres mais mal vestidas da Europa: estava mais do que provado que a escolha da caracterização de Suzana não seria lá das mais agradáveis. Outra coisa que me incomoda profundamente é o cabelo da Marjorie. Sai personagem , entra personagem, ela continua com aquele capacetinho ruivo... cansei.

Enfim, a novela não tem atingido bons índices no Ibope, mas a exemplo de sua antecessora, ainda tem tempo para se firmar. Todo começo de novela é um pouco devagar. Talvez a grande semelhança com Senhora do Destino, do mesmo autor, Aguinaldo Silva, afaste um pouco o público. Público, este, que já está um pouco cansado do gênero e tem sido mais exigente, pedindo novidades pra ontem!

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