quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Quase Eterna Magia


Pois bem, alguns devem estar se perguntando até hoje como Eterna Magia conseguiu entrar no ar... Confesso que eu mesmo sou uma dessas pessoas. É sabido por todos nós que há temas censurados até a última hipótese na TV Globo. Antônio Calmon, por exemplo, propôs na década de 90 uma novela que tratava sobre extraterrestres. Sinopse rejeitada, o mesmo autor incluiu o assunto em Começar de Novo, que escrevia junto com Elizabeth Jhin, mas logo teve de mudar seus rumos.


E essa mesma dona Elizabeth Jhin, autora da novela em questão, ganhou sua carta de alforria e propôs a tal sinopse mágica. Para espanto geral da nação, foi aprovada, sucedendo uma série de produtos ligados ao espiritualismo. Sim, espiritualismo, pois o espiritismo só foi mencionado no último capítulo de O Profeta, numa das falas do casamento de Marcos e Sônia. Mas isso é assunto pra outro dia.


Voltado à Eterna Magia, nada contra o assunto, mas era patente que não ia alçar vôo. Faixa das 6h é, principalmente, voltada pra terceira idade (não é à toa que a maioria das produções é de época e bem água-com-açúcar!). E, desculpem a franqueza, velho por acaso gosta de bruxaria? Gente, eles vêm de uma época que isso realmente assustava! Meus avós que o digam, me contavam altas histórias de sexta feira santa, lobisomem, etc etc... tanto que eles mesmos pararam de ver a dita cuja.


E não deu outra! Em menos de dois meses a coisa mudou de rumo, e mesmo assim não engatou! Corre daqui, conserta de lá, tenta fazer respirar alguém que tá quase morrendo sufocado... num deu. Foi um tal de trocar perfil de personagem, arranjar novas funções, trazer gente de volta, que deu um nó na cabeça dos velhinhos, coitados (e até na minha)! Tanto que mal se fala em Valentinas!


Caso à parte mesmo foi Paulo Coelho. Aquele homem deve ter um pacto com o diabo, só pode. Escreve mal e vende pra cara...mba! E ainda vem dar uma de ator pra cima de mim? Já me basta a ABL, que eu não engoli até hoje! Tanto é que, quando a novela mudou de rumo, sua segunda participação especial (?) foi dispensada... até o quadro dele que figurava no Museu das Valentinas foi tirado de cena (junto com o próprio museu). Ah, e sem esquecer que a sinopse de O Diário de um mago, microssérie de três capítulos, foi rejeitada pela alta cúpula há poucos anos atrás! É minha gente... algo tem nessa história que eu ainda não sei...


Final das contas? Encurtaram a novela. E olha que o orçamento não era dos mais baixos, com direito a gravação na Irlanda e tudo mais! Já vem por aí Desejo Proibido, de Walter Negrão, mais uma produção de época (por que será?), tentando recuperar os pontinhos (valiosos) perdidos no Ibope... mas tomara que no fim disso tudo, a escritora ganhe um voto de confiança e continue fazendo bem seu trabalho, como sempre fez. Afinal de contas, quem não comete um erro pelo menos uma vez na vida?

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