domingo, 28 de outubro de 2007

Cada louco com sua mania!



Aos olhos leigos pode parecer que teatro, cinema e televisão são expressões artísticas bem parecidas. Mas como bom entendedor da coisa, posso dizer que são como água vinho e vinagre. Vou me ater aos modos de encenação, que é a parte que me toca e o principal ponto de intersecção entre os três. Até porque é obvio que os métodos de gravação, filmagem e de exibição frente a frente com o público são muito diferentes. Mas a parte que nos toca aqui é postura dos atores nesses meios.

No Teatro o ator está muito mais solto. Seu corpo fala por si: gestos largos, bem definidos e expressivos; gestos de peso. A direção também, apesar de ser bem rigorosa e buscar imediata reação do público, dá ao artista maior liberdade. No palco, o ator é senhor de si. Está ali dando seu melhor e recebendo o máximo da platéia. As exigências de luz são bem menores. A luz no teatro é mais difusa, não precisa de tanta precisão. O campo de visão abrange todo o palco e não traz tantas complicações na marcação. A voz é muito mais forte. O ator explora todas as possibilidades, tem mais potência, e precisa de uma técnica muito mais apurada. A atenção redobra quando estamos num musical. Aqui, os efeitos de estúdio não podem ajudar.

Pra TV as especificidades já aumentam. A direção é mais rígida, a luz começa a dar trabalho, os detalhes são maiores. O ator fica um pouco preso ao seu espaço. A parafernalha técnica pode atrapalhar sua concentração e ele precisa estar bem treinado. Texto na ponta da língua: o ritmo de gravação é muito mairo que o do cinema, gira em torno de 40 cenas por dia. Métodos bem sucedidos nos palcos, como o Stanislavski, podem colocar todo o trabalho a perder. Os atores advindos do teatro sentem muita dificuldade. O corpo é mais parado, a xpressão se concentra na face, mas nada pode ser exagerado. A voz é controladíssima, nada pode ficar fora do tom. Afinal, o realismo está ali, todos os dias na casa do telespectador.

O Cinema é meu caos particular. Digo que a tensão é total e que o auto-controle tem que falar mais alto. Marcações milimétricas, expressões mais que controladas. Tudo é rigorosamente coreografado. Se a luz na TV já dava trabalho, no Cinema nem se fala. A direção é feita com rédeas curtas. O ator desenvolve uma postura muito mais contida, tanto de gestos, quanto de fala. A concentração é absurda: respirar pode fazer mal. Qualquer erro ou princípio de exagero é aumentado com a proporção da tela e se torna gotesco.

Resumindo: no set de filmagem me sinto enjaulado; no estudio de gravação me sinto em casa; no teatro eu quero voar!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Algo de novo na telinha


Foi-se o tempo em que a televisão era um simples veículo para informação e entretenimento. Aos poucos, a TV foi ganhando importância dentro do cenário doméstico até se tornar o centro das atenções no cotidiano das famílias. E se engana quem pensa que a TV é um meio de comunicação de uma só via. Os telespectadores têm mostrado que sabem muito bem o que querem ver, a ponto de determinar grandes mudanças num dos principais gêneros produzidos no Brasil: a telenovela.

Antes de tudo vale a pena destacar que a telenovela é a única forma de entretenimento das classes 'D' e 'E'. Outro dado importante é o que diz respeito à abrangência do meio, estando o sinal de televisão disponível para 100% do território nacional e os aparelhos de recepção presentes em mais de 85% dos lares (ainda mais relevante que as geladeiras). Com todos esses dados movendo as engrenagens do sistema, mais cedo ou mais tarde as mudanças ocorreriam.

Gradativamente as novelas foram ganhando novos ares, se moldando aos desejos da população e trazendo novidades. As tradicionais famílias de renome no círculo social foram dando espaço à periferia, mostrando o dia-a-dia das pessoas simples, maioria no país. É a necessidade de identificação: a TV trabalhando como espelho da realidade, é o desejo de ver na tela aquilo com o que convivemos. "Vidas Opostas" da Rede Record é um bom exemplo: fazia um paralelo entre a realidade da alta sociedade carioca e de suas favelas. Outro exemplo mais recente é "Duas Caras", da Rede Globo, na qual a abertura é a própria reprodução de uma favela.

Cenas à mesa ganharam relevância nesses últimos tempos. Takes de café da manha, almoço e jantar são cada vez mais constantes. Constatou-se que os espectadores apreciam esse tipo de ação, pois associam as refeições a um momento sagrado, de respeito, onde temos a oportunidade de estar com a família reunida.

Temas vistos com muito preconceito também ganharam território. Diversidade sexual, vícios e religião têm freqüentado os cenários e colocando em xeque assuntos que antes eram vistos como interditos. Agora são tratados como mais naturalidade, visando diminuir o preconceito instaurado na sociedade há tempos.

É isso aí. Quem ainda acha que a voz do povo não tem vez na telinha, é bom rever seus conceitos. A população tem se mostrado cada vez mais forte e ativa. Já passou a época em que tudo o que ia ao ar era aceito passivamente. Estão todos mais críticos e mais exigentes. Afinal, nosso ouvido não é penico!

domingo, 21 de outubro de 2007

Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?


É na corrida pela audiência que o SBT tropeça nas próprias pernas. O brinquedinho de Sílvio Santos não consegue se sustentar com as freqüentes mudanças que faz na grade. Daí vem a pergunta que não quer calar: o SBT não tem audiência por que muda a programação, ou muda a programação por que não tem audiência?

Vira e mexe, você liga sua TV para assistir o programa que acompanha quando tem a tão desagradável surpresa de que está passando outra coisa. E o pior, você não faz a mínima idéia do que aconteceu com o programa que queria ver. Programa Livre é um exemplo clássico: na época de Serginho Groisman, trocou de horário mais de dez vezes! Esses dias mesmo eu liguei minha TV para assistir Chaves, e tamanha foi minha admiração quando dei de cara com o Programa do Ratinho. O pior de tudo é que os programas que se alternam se quer são voltados para o mesmo público. Ora, se eu liguei a TV para ver Chaves é porque não tenho interesse nenhum em assistir Ratinho! São gêneros totalmente opostos.

Chaves é outra coisa que me indaga. Precisou de uma saída estratégica? Taca logo Chaves na grade que a questão tá resolvida. Concordo que o humorístico mexicano é inigualável, que cativa mesmo e dá audiência. Mas daí a ser a solução para todos os nossos problemas já é demais.

Falta de ética também é coisa corriqueira na emissora paulista. Jackeline Petkovic, quando apresentava o infantil Bom dia & Cia. foi substituída da noite pro dia pela dupla Jéssica e Kauê. O motivo? O salário de duas crianças é mais baixo do que de uma apresentadora em ascensão. Aliás, já perdi as contas de quantas vezes o matinal trocou seus apresentadores. Outra passagem inacreditável foi a volta de Chiquititas. O SBT colocou a novela de volta na programação sem pagar os direitos conexos da produção. Resultado? Quatro meses depois, sendo a emissora processada em massa, a justiça decretou a retirada imediata do produto do ar.

Ah, outra coisa, já visitaram o site do SBT? Assim que você acessa, ao invés de entrar no site propriamente dito, é surpreendido por uma página de fofoquinhas internas: "É verdade ou é mentira?", mostrando o que a emissora tem de melhor (?) e as intrigas do oposição...

Mas enfim... se você ainda tem esperanças de continuar vendo seu programa no mesmo horário, arranje um banquinho e espere sentado. Recentemente, a própria apresentadora do Jornal do SBT não sabia qual atração anunciar na seqüência... (http://www.youtube.com/watch?v=Z-xn7ZcvT0w). Depois me acusam de puxar o saco da Globo, mas pelo menos esse problema eu não tenho. Lá, grade nova é uma vez por ano e com sutis modificações. Piada mesmo é ouvir no começo do ano o SBT anunciar sua 'nova' programação... e a propósito a que horas passa oito e meia no cinema? Ainda não consegui descobrir...

sábado, 20 de outubro de 2007

Meu amor, minha vida


Peço licença aos que tem acompanhado meu blog (se é que alguém tem lido isso aqui), para publicar um post muito especial.

Essas carinhas que vocês estão vendo aí (fora a minha), na verdade são, cada uma delas, partes de mim. Uma me faz pensar, me faz respirar, uma faz meu coração bater, outra me faz sorrir, a outra me faz agir... e todas elas juntas me fazem estar aqui.

Foram presentes que eu recebi, dádivas pelas quais agradeço todas as noites em minhas orações. Mesmo longe, guio seus passos, velo seus sonhos, contemplo seus sorrisos , e fico esperando pelo dia em que vamos estar todos juntos novamente. Eu sei que vai ser um tanto difícil, mas eu acredito que esse dia vai chegar! Cada um mora num canto: Santa Rita, São Paulo, Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Nova Friburgo... mas o amor que nos une é muito maior do que toda essa distância.

Eu disse isso uma vez a eles, e não posso deixar de repetir aqui. É sempre bom lembrar...
Lembrar da dedicação da Juju
Lembrar da animação da Amandinha
Lembrar do carinho do Biel
Lembrar do sorriso do Bernardo
Lembrar da sinceridade do Bruno
Lembrar do “eu te amo” da Clarinha
Lembrar do companheirismo do Felipin
Lembrar do coração da Gina
Lembrar da alegria da Jana
Lembrar da coragem do Juninho
Lembrar da voz suave da Lê
Lembrar da perseverança do Léo da ETE
Lembrar da teimosia do Léo do Sanfra
Lembrar das conversas com a Li
Lembrar dos olhos cativantes da Liz
Lembrar dos sumiços saudosos da Maria
Lembrar do anjo que é a Rapha
Lembrar do abraço confortante do Vini
Lembrar da amizade do Will

Amo vocês cada dia mais. Nunca se esqueçam de quem alguém pensa sempre em vocês, e que faz tudo pra vê-los felizes! A vocês, meus queridos, o meu amor e a minha vida.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Confusos caminhos do coração


A Record, mais do que nunca, está disposta a chegar no topo. Além de colocar no ar o novo canal de notícias, vem investindo forte em dramaturgia. Desde seu remake para A Escrava Isaura, a emissora tem agradado boa parte do público, para o desespero da "poderosa"...

Vidas Opostas, de Marcílio Moraes, inaugurou um novo horário para telenovela, e prometia inovações. De novo mesmo só as cenas de realismo extremo, ambientadas na favela, com tiros, bandidos, carnificina e tudo que se tinha direito – algumas de muito mau gosto por sinal. E na sina de reinventar cada dia mais, surge Caminhos do Coração.

A novela, de autoria de Tiago Santiago, traz para dramaturgia brasileira o que já foi mostrado por X-Men e pela série Heroes: mutantes. Mas entra aí uma questão mais que relevante: know how. Querer fazer não é exatamente saber fazer. Tudo peca na novela: elenco, direção, pós-produção.

A trama, por tratar de um conteúdo mais pesado, tem crianças demais. Tanto essas crianças, quanto o núcleo jovem ainda não estão no ponto. A inexperiência é patente. Se para atores estreantes já é difícil desempenhar um papel comum, imaginem um mutante! Santiago também pecou na concepção de algumas de suas personagens: Irma (Patrícia Travassos) é exagerada em demasia, escandalosa e mal educada, eu diria; Danilo (Cláudio Heinrich) é muito caricato e expõe os homossexuais ao ridículo; César (Cássio Scapin) dá um nó na cabeça de qualquer telespectador misturando todos aqueles idiomas.

A direção também tem errado um pouco na mão. Alexandre Avancini, filho do grande Walter Avancini, já provou que não tem só sobrenome, mas talento de sobra. Não sei o que acontece dessa vez. As cenas têm dinâmicas muito lentas e as falas estão muito teatrais.

Pior de tudo são os (d)efeitos especiais. E é aí que o know how deixa a desejar ainda mais. Todo mundo sabe (inclusive eles mesmos) que a Record não é a melhor produtora de novelas do país. É pretensão demais querer reproduzir efeitos hollywoodianos nos recém-inaugurados estúdios do Recnov. O resultado chega a ser tosco e vergonhoso.

Antes da estréia, o autor disse que tinha cartas na manga, caso o tema não agradasse. Pois é, acho que está na hora de começar a tirar o coelho da cartola.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Duas caras, dois pontos


Depois do triunfante, embora previsível, fim de Paraíso Tropical, Duas Caras veio prometendo. Mas como nem sempre prometer é cumprir, parece que a novela não tem agradado muito não. Acho cedo de mais para dar uma opinião concreta, mas é indiscutível que estamos numa fase perigosa: novela na segunda semana se não engatar, desanda de vez.

Dalton Vigh, como sempre, mostra pra que veio ao mundo. O ator ganhou destaque vivendo Sahid em O Clone, de Glória Perez, e depois disso é sucesso atrás de sucesso. É a mais pura prova de que rostinhos bonitos também podem ser talentosos. Já Marjorie Estiano anda deixando a desejar. A atriz fez bons trabalhos em Malhação e Páginas da Vida, mas daí a encarar uma protagonista de horário nobre é arriscado demais. Talvez daqui a alguns trabalhos ela esteja no ponto. Nada como a experiência para polir o talento de um ator (e digo isso por experiência própria).

Decepcionado fiquei com Suzana Vieira. Não por ela, excelente atriz de talento inquestionável, mas pela caracterização da sua personagem... suas longas madeixas loiras remetem muito a Donatella Versace, a irmã brega do famoso estilista italiano. Donatella foi, inúmeras vezes, eleita uma das dez mulheres mais mal vestidas da Europa: estava mais do que provado que a escolha da caracterização de Suzana não seria lá das mais agradáveis. Outra coisa que me incomoda profundamente é o cabelo da Marjorie. Sai personagem , entra personagem, ela continua com aquele capacetinho ruivo... cansei.

Enfim, a novela não tem atingido bons índices no Ibope, mas a exemplo de sua antecessora, ainda tem tempo para se firmar. Todo começo de novela é um pouco devagar. Talvez a grande semelhança com Senhora do Destino, do mesmo autor, Aguinaldo Silva, afaste um pouco o público. Público, este, que já está um pouco cansado do gênero e tem sido mais exigente, pedindo novidades pra ontem!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Toma lá, concorrência!


Foi nos especiais de fim de ano de 2005, que "Toma lá, dá cá" deu as caras na telinha. Maria Carmem Barbosa e Miguel Falabella repetem a ótima parceria que já rendeu bons frutos, como a novela das 7 "A Lua me disse". Apesar de o programa não ter entrado na grade logo em 2006, foi uma ótima saída para substituir "A Diarista".

O humorístico é sem dúvidas, a melhor novidade do gênero nos últimos tempos. Apesar dos comentários que associam o programa ao extinto Sai de Baixo (e por razões óbvias), Toma lá, dá cá, mostra que é um menino bem resolvido e que tem personalidade própria.

E o sitcom veio recheado de boas surpresas! Fernanda Souza, mostra uma excelente veia cômica, até então desconhecida do público. Alessandra Maestrini é minha preferida! A personagem de nome exótico arranca gargalhadas com suas histórias lá de Pato Branco e seu sotaque bem peculiar. Daniel Torres também merece elogios. O jovem ator tem se saído muito bem como Adônis, levando Hamlet da tragédia à comédia escrachada. Impagável mesmo está Arlete Salles. A experiente atriz, deixa claro que sempre há espaço para uma nova vida na carreira de uma atriz, interpretando Copélia, algo totalmente diferente do que já vimos em sua carreira até hoje. Sua atuação é tão espetacular que eu "prefiro não comentar...".

Elogios à parte, confesso que fiquei um pouco decepcionado com Miguel Falabella e Adriana Esteves. Atores que já tiveram várias oportunidades de nos mostrar o quão talentosos são, simplesmente se resumem a reviver Caco Antibes (Sai de Baixo) e Lola (Kubanakan). Triste mesmo fiquei com a substituição de Débora Bloch. Não que Marisa Orth não esteja à altura, apenas achei a Rita de Débora mais adequada à proposta de mulher estressada com trabalho, filhos e casa; a de Marisa me passa uma impressão de neurótica por natureza, muito vazia.

Não querendo comparar, mas já comparando, estava sentindo falta de um programa assim na TV desde que fiquei órfão de Sai Baixo. Sentar na platéia, rir à toa, me divertir...

DANCE DANCE DANCE dançou...


Alguém pode me explicar o que é isso que passa na TV Bandeirantes, com o nome gago Dance Dance Dance? Confesso que me sinto assistindo a uma Floribella na terceira idade! E eles ainda tem coragem de dizer que foi inspirado em Dirty Dancing! O descontentamento já começa no fim do jornal que antecede a "novela", onde o apresentador, com seu tom imparcial, nos anuncia: Assistam agora Dance. Dance. Dance. Ou seja, é pra reforçar mesmo que a novela vai dançar... se é que já não dançou.


O elenco não é lá dos melhores, salvo pela Juliana Baroni que é bem simpatiquinha e o Eduardo Galvão (coitado, não merecia essa...) Agora, que protagonista é aquele (Ricardo Martins)? Se fosse com a desculpa de que o cara é galã, bonitão, a gente até engolia, mas nem isso.


O figurino também deixa a muito a desejar... nada contra o protagonista, coitado, mas acho que a produção inteira pegou o menino pra Cristo. Sabe aquele lance de que "parece que o defunto era maior"? Pois bem, nenhuma roupa serve naquele rapaz... bem cara de menino riquinho que vai brincar de trabalhar e pega o terno do pai emprestado... Juliana Baroni também anda muito com cara de Madalena arrependida com aquelas roupinhas caipirinhas... e olha que eu acho que nem as caipiras se vestem mais assim. A única coisa que salva é o figurino dos bailarinos durante os ensaios, mas aí também não tinha como errar, isso é igual em qualquer lugar do mundo!


O cenário é uma coisa! O que era pra ser moderno ficou futurista, com materiais metálicos, tons azuis, bem cibernética a coisinha. O que era pra ser rústico ficou beeem arcaico, caindo aos pedaços mesmo. É... não foi dessa vez que a cenografia da Band acertou na mão. Acho que são advindos do SBT: mexicanamente exagerados.


E nem adianta acessar o site, aquele negócio simplesmente não carrega. Carrega, mas demooora...


Quase Eterna Magia


Pois bem, alguns devem estar se perguntando até hoje como Eterna Magia conseguiu entrar no ar... Confesso que eu mesmo sou uma dessas pessoas. É sabido por todos nós que há temas censurados até a última hipótese na TV Globo. Antônio Calmon, por exemplo, propôs na década de 90 uma novela que tratava sobre extraterrestres. Sinopse rejeitada, o mesmo autor incluiu o assunto em Começar de Novo, que escrevia junto com Elizabeth Jhin, mas logo teve de mudar seus rumos.


E essa mesma dona Elizabeth Jhin, autora da novela em questão, ganhou sua carta de alforria e propôs a tal sinopse mágica. Para espanto geral da nação, foi aprovada, sucedendo uma série de produtos ligados ao espiritualismo. Sim, espiritualismo, pois o espiritismo só foi mencionado no último capítulo de O Profeta, numa das falas do casamento de Marcos e Sônia. Mas isso é assunto pra outro dia.


Voltado à Eterna Magia, nada contra o assunto, mas era patente que não ia alçar vôo. Faixa das 6h é, principalmente, voltada pra terceira idade (não é à toa que a maioria das produções é de época e bem água-com-açúcar!). E, desculpem a franqueza, velho por acaso gosta de bruxaria? Gente, eles vêm de uma época que isso realmente assustava! Meus avós que o digam, me contavam altas histórias de sexta feira santa, lobisomem, etc etc... tanto que eles mesmos pararam de ver a dita cuja.


E não deu outra! Em menos de dois meses a coisa mudou de rumo, e mesmo assim não engatou! Corre daqui, conserta de lá, tenta fazer respirar alguém que tá quase morrendo sufocado... num deu. Foi um tal de trocar perfil de personagem, arranjar novas funções, trazer gente de volta, que deu um nó na cabeça dos velhinhos, coitados (e até na minha)! Tanto que mal se fala em Valentinas!


Caso à parte mesmo foi Paulo Coelho. Aquele homem deve ter um pacto com o diabo, só pode. Escreve mal e vende pra cara...mba! E ainda vem dar uma de ator pra cima de mim? Já me basta a ABL, que eu não engoli até hoje! Tanto é que, quando a novela mudou de rumo, sua segunda participação especial (?) foi dispensada... até o quadro dele que figurava no Museu das Valentinas foi tirado de cena (junto com o próprio museu). Ah, e sem esquecer que a sinopse de O Diário de um mago, microssérie de três capítulos, foi rejeitada pela alta cúpula há poucos anos atrás! É minha gente... algo tem nessa história que eu ainda não sei...


Final das contas? Encurtaram a novela. E olha que o orçamento não era dos mais baixos, com direito a gravação na Irlanda e tudo mais! Já vem por aí Desejo Proibido, de Walter Negrão, mais uma produção de época (por que será?), tentando recuperar os pontinhos (valiosos) perdidos no Ibope... mas tomara que no fim disso tudo, a escritora ganhe um voto de confiança e continue fazendo bem seu trabalho, como sempre fez. Afinal de contas, quem não comete um erro pelo menos uma vez na vida?

Malhação 2008


Malhação 2008 (ainda que em 2007), caras novas, gente bonita e talento pintando na área!Já que nenhum elenco é perfeito, sou obrigado a confessar que Malhação veio com tudo dessa vez.


Nada de gente mais velha se passando por garotinhos colegial. A direção dessa vez assumiu a idade e veio com um elenco que promete. Presenças já conhecidas como de Rafael Almeida (Gustavo, ex-Páginas da Vida), estreiantes, e gente vindo de outras emissoras, como é o caso de Mariah Rocha (Chiara), que veio lá de Floribella da Band. Quem dá as caras também é Jonatas Faro (Peralta), ex-Chiquititas, que não aparece na telinha desde Um anjo caiu do céu.


Dessa vez vem com um texto mais ágil, mais popular, ainda de Paula Amaral, que mostra que tem talento escondido na manga. Tá dificil aguentar as piadinhas sem graça, mas vamos com fé que a coisa melhora.


Me chamou atenção a volta e José Carlos Machado (Joaquim) e Rafael Almeida (Gustavo)revivendo pai e filho, como em Páginas da Vida. Com uma relação totalmente diferente da última novela, confesso que me sinto um pouco incomodado com a situação. Além de que o texto dupla é bem teatral, onde temos 3 possibilidades de falha: autor, ator, direção. Confesso que ficaria com a última.


Entre trancos e barrancos, tropeços à parte, fiquei feliz com o que vi. Depois de longos 8 anos de espera, desconfiaram que não adiantava só reformar o colégio e continuar com a mesma água-com-açúcar de sempre (isso mesmo, pasmem! Multipla Escolha desde 1999). Agora é torcer pra que a mudança dê certo e continue.


Podem xinagr, falar o que for, mas acho que a novela já enraizou na grade, e não consigo mais imaginar 5 e meia sem Malhação!Abraços!