domingo, 4 de novembro de 2007

Fim de Eterna Magia


Além da estréia do humorístico 'O Sistema', essa semana mereceu atenção com fim de 'Eterna Magia', a primeira novela de Elizabeth Jhin para a TV Globo. Marcada por desencontros, a trama logo perdeu a estabilidade. Não por falta de talento da autora, diretores ou casting, muito pelo contrário. O grande erro da novela foi tratar de um tema que não agrada seu público-alvo: magia e terceira idade. Erro primário, há tempos não cometido pela emissora carioca. O último de que me lembro foi 'As filhas da mãe', novela que sucedeu 'Um anjo caiu do céu', que bateu recordes no horário.

O tema de Eterna Magia é interessantíssimo, tem cativado o publico jovem, e até mesmo o mais adulto. É só ver o sucesso de 'As brumas de Avalon', 'O senhor dos anéis' e 'Harry Potter'. Então, o que não deu certo dessa vez? Primeiro que estamos tratando de linguagens diferentes. TV é muito mais abrangente que o Cinema. Apesar de poder mudar de canal, você não pode interferir na programação da emissora (vamos ver como fica com a TV digital); já no conforto do Cine, você escolhe qual gênero quer assistir e a que horas quer assistir. Outro detalhe muito importante é a extensão do produto. Tratar de "bruxarias" por duas horas é muito diferente de estender o assunto meses a fio. Mesmo sendo sutil, o tema se torna pesado, e as cenas mais sutis ficam agressivas. Talvez em uma minissérie a temática poderia ter sido melhor desenvolvida. Confesso que, mesmo não simpatizando com Paulo Coelho, gostaria de 'O diário de um mago', microssérie engavetada há anos.

Voltando à novela, vejamos alguns pontos-chave do último episódio. Apenas duas coisas me decepcionaram. Primeiro foram os efeitos da metamorfose de Zilda (Cássia Kiss) e a saída Mauro (Fábio Keldani) do quadro. Tecnicamente bem feitos, porém já manjados. Zilda esfarelava em demasia, e os efeitos começam lentos evoluindo numa continuidade aceleradíssima. No caso de Mauro, só a ponta do quadro onde ele estava preso aparecia no ar, e de repente ele aparecia liberto. Preguiça da equipe de efeitos especiais. Outro detalhe eram os cartazes da turnê de Eva (Malu Mader) pelo mundo, em diversas línguas. Inserts de muito bom gosto por sinal, mas ininteligível pela maioria. Não custava uma legenda com o nome dos países ou a amostra de pontos turísticos de destaque.

Por outro lado, as passagens de tempo foram muito bem feitas. Enfatizo a cena em frente a confeitaria, onde as personagens passavam em ritmo frenético, dando a sensação de tempo corrido. O casamento de Conrado (Thiago Lacerda) e Nina (Maria Flor) foi simples e lindo; e Eva retomou seu bom caminho. O atentado e a morte de Peter (Pierre Kiwitt) foram muito bem coreografados. Meus colegas vão pegar no meu pé, mas remetiam muito ao espetáculo final de O Fantasma da Ópera. Como em todo happy end, os fatos foram previsíveis, mas agradáveis.

Vale a pena chamar a atenção para Marco Pigossi e Milena Toscano, intérpretes de Miguel e Elisa. Jovens e estreantes atores que mostraram muita segurança, bom gosto na interpretação e boa dosagem das emoções. É bom ficar de olho, vamos ter ótimas surpresas com eles pela frente! Maria Flor estava ótima em sua primeira protagonista! Também me agradou ver Ana Carolina Godoy, que tem crescido muito como atriz, desde sua estréia em Bambuluá. Osmar Prado, Irene Ravache, Aracy Balabanian e Cássia Kiss dispensam comentários. Só não posso deixar passar em branco a presença inigualável de Cleide Yácones, que abrilhantou a novela com sua presença nas cenas da boa avó. Bom vê-la na telinha, sempre!

Agora é esperar para ver o que vai acontecer com Desejo Proibido. O tema é certeiro para a terceira idade: a religiosidade. Nos moldes de A Padroeira, a trama promete trazer de volta os pontinhos no Ibope perdidos pela antecessora.

Um comentário:

Zylo disse...

Até que demorou para vc mencionar o fantasma da ópera! xD